Qual importância do acompanhamento psicológico no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica?

Pré-operatório:

O acompanhamento psicológico no pré-operatório envolve trabalhar as informações relacionadas a cirurgia, desmistificando conceitos equivocados, assim como a expectativa do paciente e suas fantasias. Existem fantasias não realistas provenientes de distorção, desinformação, assim como idealização também, como se o paciente fosse resolver todos os problemas da sua vida a partir da cirurgia, uma ideia equivocada de ser salvo por ela. Ter um espaço para falar de suas questões e experiências ajuda muito no processo de autoconhecimento.
As dificuldades do paciente também são abordadas, ele é orientado, para poder enfrentar a cirurgia com mais segurança e confiança, lidando de forma mais adaptativa com as modificações físicas e emocionais decorrentes de todo esse processo.

Pós-operatório imediato

As primeiras semanas da cirurgia bariátrica vão exigir do paciente alguns recursos emocionais importantes para passar pelo processo sem sofrimento. O paciente acabou de operar, portanto, ele ainda não atingiu todo o emagrecimento desejado, e imediatamente após a cirurgia já precisa lidar com as consequências da mesma, como alimentação líquida e pastosa, por exemplo. Estando ainda no início do processo, ele entra em contato com algumas privações sem ainda ter os benefícios da cirurgia, tem o “ônus”, mas não o “bônus”. Daí a importância em trabalhar sua ansiedade e imediatismo, e compreender que a cirurgia é um processo, um caminho com etapas a serem experimentadas e vividas.
Pode ocorrer uma de vontade de mastigar, ou uma sensação de vazio, estranhamento, muitas vezes confundida com a sensação de fome, e o psicólogo contribui para a tomada de consciência dessas sensações. Oscilações de humor, arrependimento, podem acontecer diante de tantas mudanças.

Pós-operatório tardio

Ao longo do emagrecimento os pacientes precisam lidar também com uma novidade, sua nova imagem corporal e a repercussão disso em suas vidas. Ele passa a se perceber diferente, formando uma nova imagem de si na sua mente, assim como fica também mais sensível ao olhar do outro, tentando desvendar como o outro o vê. Isso tudo tem impacto na imagem que o paciente cria dele mesmo, e na forma como ele se coloca no mundo. Essa nova imagem corporal influencia na sua autoestima, nas relações que ele estabelece com o outro e como ele se lança na vida.